16 maio, 2010

... de lés a lés... finalmente! 1ª etapa

Finalmente!!!
Depois de várias 'tentativas' para dar inicio a esta longa caminhada, eis que nos passados dias 12 e 13 de Maio me fiz à estrada.
Desta vez em parceria com o 'compincha' de longa data e de outras jornadas.

Manhã cedo apanhamos o comboio com destino ao Porto para seguir posteriormente no internacional para Vigo. Nova muda no Poriño e o trajecto de comboio termina na estação de Frieira, exactamente no limite geográfico onde o rio Minho deixa de fazer fronteira com Portugal para seguir o seu percurso rumo à Serra da Meira, já depois do Lugo.
A ponte sobre a linha liga as duas margens do rio mas não os dois países, pelo que perguntamos no talho da aldeia, como é possível chegar a Portugal sem ter de percorrer toda a extensão da estrada. Talvez um caminho? E assim é. O caminho faz-se sob latadas e com o verde do Minho bem vincado. Um pequeno riacho e é fácil perceber que agora sim estamos do lado de cá.

Cevide é a localidade mais setentrional do país. Meia dúzia de casas - fechadas - e algumas matriculas francesas lembram o paradigma nacional no que respeita à desertificação do interior.
Estamos praticamente à cota do rio e sendo o destino Lamas de Mouro, já no Parque Nacional da Peneda Gerês, só nos resta subir...
15Km... sempre a subir. O dia adiantasse e já quase no fim, o tempo resolve piorar.
Estamos a uma altura suficiente para ver criar nuvens a baixo de nós e um nevoeiro cerrado que nos impede de ver mais de 10 metros à nossa frente. Com pastores e ovelhas até que tem um certo encanto...

No parque de campismo de Lamas de Mouro somos recebidos pelo Sr. Baltazar.
Ex militar, confessa-nos ser incapaz de se afastar da montanha - o que bem entendemos! - pelo que agora gere o parque - e bem! (como pudemos apurar) - indo ao Porto "apenas para comprar livros e cd's", disse-nos. Depois de saber ao que vínhamos, disponibilizou-se imediatamente para nos fazer um esboço do trajecto que poderíamos fazer no dia seguinte, usando apenas percursos pedonais.

E assim foi! 9 da manhã e depois de uma noite mal dormida, pelo frio e pela chuva, o dia promete ser melhor, até porque daqui até à barragem do Alto do Lindoso é sempre a descer... e pelo meio das paisagens deslumbrantes do PNPG.
Nas despedidas ficou a dica para o almoço; presunto na tasca do Sr. Adriano no Beleiral, logo depois do Santuário da Sr.ª da Peneda.

As marcas vermelhas e amarelas dos percursos pedonais, compassam a caminhada que se faz a bom ritmo, com céu limpo e tempo quente.
Algumas horas depois, chegamos por fim ao Santuário. Nunca cá tínhamos estado e o espanto é total. Pela grandiosidade, pelo local e pela falta de publicidade a tão majestoso lugar de peregrinação, que anualmente acolhe milhares de pessoas nos seus quase 8 dias de festas, como apuramos junto do Sr. Adriano, no seu 'Transmontano', digno merecedor do titulo de melhor presunto nacional, aquele que nos serviu.
Presunto, broa, chouriço, vinho e boa conversa...

O trilho segue em direcção à 'mistura das águas', local de encontro do rio Peneda com o rio da Veiga e prossegue margem fora até à barragem do Lindoso.

Quase no fim, o pormenor que faltava; depois de fazermos sinal a uma carrinha que se aproximava para pedir boleia até ao Lindoso, para ver se conseguíamos um autocarro que nos levasse a Braga, não é que a boleia vai mesmo para Braga?!.

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